Todos nós temos as mesmas oportunidades de acesso à Justiça? Pesquisa de opinião pública realizada na América Latina pelo Latinobarómetro revelou que Brasil e Argentina são líderes na desigualdade de oportunidades de acesso à justiça. As pessoas ouvidas nesses dois países não acreditam, majoritariamente, que o acesso à Justiça seja igual para todas as pessoas.

A pesquisa demonstrou um triste quadro relacionado aos países latino-americanos. A sensação é de que apenas 22,5% possui igualdade de oportunidade de acesso à Justiça. O Brasil e a Argentina ficaram abaixo dessa média. Apenas 10,8% das pessoas entrevistadas acham que o acesso à Justiça seja igualitário.

A desigualdade está relacionada às facilidades e disponibilidades que a população possui para acionar o Judiciário. Não se trata do efetivo acesso à justiça. Desigualdade de oportunidade significa desiguais condições de tratamento, de verdadeira discriminação, seja de sexo, cor, idade ou religião. É todo e qualquer ato, ainda que não aparente, que cause exclusão, distinção ou dê preferência para determinada classe econômica ou social.

A América Latina ainda está muito aquém de um cenário razoável de igualdade de oportunidade de acesso à justiça (de acordo com os ouvidos 77,5% não têm igualdade de acesso). A situação do Brasil é ainda pior, já que a desigualdade de oportunidade chega a 89,2%.

Para se evitar essa sensação de desigualdade muita coisa pode ser feita: mais Defensores Públicos, órgãos de assistência judiciária, convênios entre a OAB e os Estados, juizados especiais cíveis estaduais e federais etc.

O moroso judiciário brasileiro, que conta com 70% de congestionamento, em estatística divulgada pelo CNJ, gastando 41 bilhões de reais dos cofres públicos, além de não dar conta das ações aportadas diariamente, não satisfaz de forma igual todas as classes sociais.

A opinião pública demonstrou: os brasileiros não desejam apenas soluções rápidas aos seus conflitos, sim, também igualdade de tratamento.

LUIZ FLÁVIO GOMES**
Mariana Cury Bunduky* 


*LFG – Jurista e cientista criminal. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Acompanhe meu Blog. Siga-me no Twitter. Encontre-me no Facebook.
** Advogada e Pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes.
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Escrito por Dennis Nobre

Dennis Nobre é técnico administrativo pelo CONFEA, cedido para o orgão Crea-DF, é Bacharel em Direito, Pós graduando em Direito Público, servidor do setor de Fiscalização Externa do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Distrito Federal, foi controlador de produtividade da fiscalização Profissional do Crea-DF e hoje pesquisa e escreve sobre Constitucionalidade e tem grande interesse por toda matéria de Direito Civil, Direito Público e Penal.

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